segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Antes de qualquer grande amor, invariavelmente, existe uma grande amizade. O amor nada mais é que a amizade mutante, a amizade que é pura e límpida. O amor não provém da paixão, peste febril, que é fogo consumindo papel, intenso e curto, que da prazer e tira a paz. Provém sim da amizade, que além tranquila e duradoura é esclarecida. Sabe-se os valores, os limites, as fraquezas. Existe o respeito e a compaixão, o carinho, a empatia...jamais a submissão. O amor traz respeito, segurança e paz, assim como a amizade o faz. O amor é a flor de uma amizade, que floresceu.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A manhã me dá sono, preguiça. Amanhã é incerteza, falta de futuro. A manhã me convida pra cama. Amanhã me convida a esperar, esperança. A manhã me corrompe, me compra, me suga. Amanhã me arrependo, me sinto usado, pobre. A manhã me mata todos os dias. Amanhã não existe, por que ainda nem nasceu.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

* Texto antigo, já publicado.


“Por que Whisk sim? Por que 'Canabis' não?” (Obrigado não - Rita Lee/Roberto de Carvalho)

Nada nos tira tanto o sono quanto a violência.
Aos que já passaram dos trinta, sempre sobra aquele comentário de como as coisas eram diferentes na década de 80. Já havia drogas, bandidos e policiais mal preparados; havia políticos corruptos, jovens viciados, armas de fogo e praticamente tudo que existe hoje, mas ainda assim, a violência era infinitamente menor.
A banalização da violência tem a ver com a banalização da vida, em todos os sentidos. O homem desenvolveu a idéia que uma vida pode ser, sim, comprada, seja ela durante um assalto – onde a vítima não tem fundos suficientes para pagar o preço do assaltante, ou pelo hospital – que se recusa a fazer uma cirurgia sem cheque-caução.

Mas o descaso com a vida das pessoas nunca esteve tão evidente, como agora, com os episódios de violência gerados pelo tráfico de drogas e as ações relacionadas a ele.
Uma enxurrada de sangue desce diariamente as ladeiras das favelas, onde policiais e bandidos se enfrentam dia e noite, sob a proteção dos escudos humanos, que são a população.
Batidas policiais onde morrem “suspeitos” de 2 anos de idade no colo da mãe, balas perdidas que atingem pessoas a 6 km do local do confronto, execuções sumárias de viciados, mal pagadores e concorrentes, enquanto a policia continua atirando primeiro, perguntando depois.
Algumas cidades no Brasil vivem em guerra civil por conta do tráfico, que tem organização e muito dinheiro para investir, além de estrutura e muitos simpatizantes entre nossos representantes do poder público.

Todos lucram com o tráfico: Membros corruptos do Judiciário, da polícia e do poder público, traficantes e funcionários do tráfico, os grandes cartéis de países vizinhos, que exportam a droga pra cá. Só quem não lucra é a população, que em sua maioria não consome qualquer tipo de droga, mas acaba por consumir a violência que a ela está associada.
Com o perdão do trocadilho, já foram queimados bilhões de neurônios, de todos os tipos de pensadores – do intelectual ao boçal – sem que se tenha chegado a uma conclusão definitiva. Como já dissemos, os interessados nessa miséria toda não têm interesse na solução do problema e, sim, na sua manutenção.

Numa empresa onde o número de clientes só faz crescer ano a ano, sem controle algum. Onde os clientes consomem cada vez mais e mais, até o limite da autodestruição, arruinando famílias e seus sonhos. Numa corporação que não tem responsabilidade sobre o produto ou o consumidor, que não recolhe impostos e que não sofre qualquer tipo de fiscalização, o resultado é simples: Lucros maiores do que companhia como a Vale e o Bradesco, alguns poucos “empresário-traficantes” bilionários e uma penca de chupins (políticos, policiais de todos os escalões e agentes do judiciário) com as contas bancárias inchadas.
Soldados semi-analfabetos, com fuzis na mão, ganhando o mesmo salário de um profissional com pós-graduação. Usuários e população reféns de policiais, bandidos e da sociedade, que culpa os usuários (como o filme Tropa de Elite) e a população pobre pela violência dos dias atuais.

Ao cogitar a liberação das drogas, sempre soa uma opinião contrária, dizendo que seria “banalização do problema” e que “o número de usuários só cresceria”. Mas existe uma forma desse número decrescer?
Eu desconheço.

Desde que o mundo é mundo, desde as civilizações mais remotas, o Homem sempre procurou anestesia para a vida real, seja nas folhas, no álcool ou na química. Há relatos em todas as civilizações antigas do uso de entorpecentes, seja para qual motivo for.
Pensar, por exemplo, que o número de usuários de maconha irá diminuir é o mesmo que pensar que o número de “brahmeiros” ou fumantes irão diminuir, seja com campanhas educativas das que estampam vítimas terminais nas embalagens dos produtos, seja com a prisão dos usuários.
Quem procura alguma droga, procura bem estar e não necessariamente saúde. Por isso os apelos, na maioria das vezes, são vazios.

Atualmente em Brasília tramita um projeto de lei que visa responsabilizar as empresas relacionadas (produtoras? Distribuidoras?) ao tabaco a ressarcir ao S.U.S todas as despesas causadas pelo consumo de cigarro. Mesmo sabendo que isso é impossível de ser aprovado, já que a metade do congresso mantém relações escusas com essas empresas, a idéia faz parte de um conjunto, que na minha modesta opinião, seria a solução definitiva para o problema da violência relacionada às drogas:

Descriminalização das drogas, em todos os sentidos.
Nenhum usuário ou portador de qualquer tipo de droga poderia ser detido, sendo sua posse idêntica a de alguém carregando uma caixa de cervejas ou um pacote de cigarros.

Legalização da atividade e das empresas relacionadas à venda e distribuição de drogas.
O fato dos traficantes e fornecedores já serem organizados e hierarquizados, facilitaria bastante a implantação e a legalização dessas empresas. Elas recolheriam impostos e seriam responsabilizados legalmente pelo produto que vendem.
Seriam fiscalizados pela Vigilância Sanitária e auditados pela Receita Federal.
Também gerariam empregos formais, com carteira assinada.
Em pouco tempo, as guerras de morros dariam lugar à concorrência empresarial e a violência seria, gradativamente, banida dos morros e das favelas.

Responsabilização de todos os fornecedores de drogas, quanto aos usuários.
Nos dias de hoje, o consumo de tabaco mata milhares de pessoas no Brasil, todos conscientes do mal que o cigarro causa. Setenta e cinco por cento do acidentes de trânsito com vítimas são causados por ingestão de álcool. Nenhuma das empresas até hoje foi responsabilizadas pelas tragédias causadas por seus produtos.

Pela nova solução, além dos impostos, que não são pequenos, teríamos a responsabilização de todas as empresas distribuidoras (inclusive as de álcool e tabaco), pela manutenção dos pacientes com problemas relacionados ao consumo de seus produtos, seja ele físico ou psíquico.
Mesmo com a carga tributária de 81,68% aplicada sobre o cigarro, as empresas de tabaco batem recordes atrás de recordes de lucro todos os anos. Terão de fazer um pouco mais pelo consumidor.

A droga é uma realidade de nosso tempo. Sete entre dez jovens universitários já tiveram contato com drogas – há quem diga que esse número chega a oito por dez. Deixar com que as pessoas se marginalizem pelo simples fato de consumirem uma substância que tem efeitos idênticos – às vezes, até menores – que o do álcool, é fechar os olhos para o mundo.
Mesmo contando com o preconceito das pessoas e toda a desgraça que rodeia qualquer tipo de viciado que perde o controle de seu vício, ainda assim, a legalização reduziria drasticamente a violência e, talvez, pelo simples fato de ser legalizada, reduziria a curiosidade dos aventureiros, podendo diminuir o consumo.

O que não dá mais é ver todo o caos, a miséria e a violência gerados pelo tráfico e pela ilegalidade em prol de um Sistema – que jamais esteve e jamais estará preparado para proteger o cidadão comum das drogas, da violência ou do próprio sistema – no qual a corrupção, sempre será a moeda de troca e a ilegalidade, a sombra do direito.
Se reinventar todo dia é uma forma de se combater o desgaste da rotina diária, que nos corrói a vida, que nos envelhece precocemente...Se reinventar requer coragem e imaginação, pois a praga da rotina se infesta nos pequenos detalhes da vida, nos hábitos e nas tarefas automáticas, onde normalmente não queremos mudar para continuarmos na zona de conforto. A mudança é o que torna a vida excitante...é o que nos faz evoluir, o que nos faz conquistar e principalmente, o que nos faz aprender. Se você quer viver, continue sendo humano, mas se você quer existir, seja mutante!


Buenas!

Inicio esse novo método de gorfar minhas idéias, pensamentos e minhas bobagens.
Deixei de usar as redes sociais porque o debate não me faz a cabeça. Gosto de escrever para quem gosta de ler, e isso é monólogo.

Agradeço desde já a quem me visitar por aqui e afirmo: Não vou poupar palavras.

Escrever é uma doce terapia, para quem padece de compreensão.

Grande abraço a você!