sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Já dizia um grande amigo: A música não te quer a prestação. Ou você se dá por inteiro, ou nada terá dela.
Nessa época eu tentava terminar a faculdade de ciência da computação, trabalhava 10 horas por dia, namorava e fazia um curso maluco aos sábados, o dia todo. Todo o dia eu me perguntava: Quando eu conseguirei me dar por inteiro ao que realmente amo fazer?
Passado esses anos, a faculdade acabou, o trabalho mudou, o namoro se foi e esses malditos cursos de sábado, não faço nunca mais. O amor à música continua intacto, mesmo ainda não conseguindo me dar por inteiro a ele.
Mas afinal, será que o Raul tinha razão?  O meu amor pela música está fadado a ser um amor platônico, sem futuro?
A música em sua essência ‘seca’ é matemática pura e estudar matemática não é uma coisa tão mágica assim (sem mimimi engenheiros e exatóides, só vcs gostam de números!). A formação de um músico é tão ou mais difícil que qualquer formação regular por ai, a começar do vestibular. Quando você vê um virtuose na guitarra como o Steve Vai ou um ‘cara de louco’ como o Derico do sexteto, não se engane. Pra chegar nesse nível, ele precisou estudar muito e ‘estudar muito’ quer dizer ao menos 10 anos, 8 horas por dia, todos os dias. É assim que se formam os grandes músicos, ou você acha que eles aprendem nos botecos da vida?
Eu estudei pouco, por isso estou bem aquém do que eu realmente gostaria de saber para poder me expressar através da música. Mesmo assim, do meu jeito, não deixo de tentar, porque a música faz parte da minha vida de um jeito que eu não sei explicar. Às vezes, me sinto até um médium psicografando, porque quando escuto o toquei ou leio o que escrevi, parece que não foi feito por mim. Daí a constatação: A música não quer seu tempo, sua dedicação ou seu esforço. A música quer sua alma e somente os que se doam a esse ponto conseguem se expressar ou entender realmente o seu significado. Mas a música para ser completa não quer só a alma de quem a faz, mas também a alma de quem a escuta.
Por isso, o músico não existe sozinho! Para que a música exista, alguém precisa criá-la e fundamentalmente, alguém precisa ouvi-la. Como o som que não se propaga no vácuo, a música só existe quando alguém a está escutando.
Então, nesse dia do músico, nada mais justo que homenagear exatamente o elo que torna tudo isso mágico. O público.
Vocês que se encantam e aplaudem os artistas, profissionais ou meia boca como eu, dos mais variados estilos. Vocês que emocionam e se emocionam com a música também deveriam ser chamados de músicos, porque sem vocês a música simplesmente não acontece.
Valeu por esses 10 anos, que venham mais infinitos.




terça-feira, 19 de novembro de 2013

À Verinha Polain

O que te torna um ser divino, ser tão parecido com Deus. Ser sensível à tantos fatores, ser fiel à tantos transtornos, ser cruel quando se deve ser, porque para se aprender tem de ser disciplinado, ser também o maior coração do mundo, porque seu ser também tem de ser amado. Ser amiga mas não muito, ter empatia mas não muito, pra se manter respeitado. Tem que sofrer, tem que torcer, tem que educar, tem que corrigir, tem que gastar, tem que acompanhar e se tudo der errado, tem que acolher, tem que perdoar, tem que apoiar e começar tudo de novo, porque sem você ele nada será. Ser mãe não é ser mulher, aliás, você nunca mais será a mesma pessoa. Ser mãe é caminhar numa estrada infinita, seus sapatos serão o amor e a compreensão incondicional (o sapatos também a ajudarão no quesito disciplina) e mesmo depois de anos, depois de todos os desafios e batalhas vencidas, mesmo depois dele já ter os próprios filhos, ainda assim, ele será seu filho. Ser mãe é gerar a vida, como a Natureza assim o faz. Ser mãe é padecer no paraíso, para que a cria seja mais. Ser mãe é pra sempre, não dá pra voltar atrás.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

#ogiganteacordou

Não sou fã do Neto, mas ontem ele disse algo que realmente poderia ter saído da minha boca nas discussões sobre futebol: 'Não vejo o Brasil jogar assim desde a copa de 82'. 
Foi épico! Um grande jogo de verdade é aquele onde se discute se o melhor em campo foi o atacante, o goleiro, o meio-campista ou o zagueiro. Na prática, isso reflete a entrega dos todos os jogadores em campo, em prol do objetivo de derrubar a falsa-modesta seleção espanhola.
Para quem gosta de futebol, foi de encher os olhos. Teve gol de raça, gol de placa, defesa de pênalti, tirada de bola de zagueiro, grito de olé enquanto os espanhóis ficavam na roda, além de umas boas ombradas. Uma vitória limpa, que a mim mostrou um pouco mais do que o simples esporte ali praticado. 
O momento em que o Brasil vive ficou ali refletido, ao cantar o hino, no trabalho em grupo, na raça e na batalha em campo, na superação, na comemoração em meio as arquibancadas. Além disso, muitos dos jogadores deixaram escapar nas entrevistas que a motivação para esse jogo era o grito das ruas, que ecoava desde o começo do campeonato. O ópio do povo o deixou mais nacionalista ao invés de embriagá-lo, sinal de mudanças?
Quero falar de futebol e de fato, esse gigante acordou e mostrou que estamos de volta e dessa vez, mais fortes. A genialidade de Neymar, a força de Hulk, a habilidade de Oscar, a estrela de Fred, a raça de David Luis, a simplicidade de Thiago Silva, a técnica de Paulinho, a persistência de Luiz Gustavo, a velocidade de Daniel Alves e a sorte de Julio Cesar e a competência do Felipão. 
Que o despertar desse gigante do futebol seja mais uma inspiração para as batalhas que teremos a frente. Que esse ópio tenha o efeito de nos unir para conquistarmos a maior das copas, um Brasil melhor, mais justo e com menos corrupção. Que um dia a gente possa dizer realmente que somos melhores que a Espanha. E eu tenho muita fé que isso vai acontecer.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Nós, Os Filhos da Geração Y

Em meio aos protestos que vem ocorrendo no Brasil, decidi perder algum tempo analisando mais friamente os acontecimentos para formar uma opinião mais coesa, já que por enquanto tudo é novidade para nós brasileiros que não viveram a época da ditadura. Compartilho-as então.

Uma das grandes surpresas, tanto para nós como para os nossos governantes, foi um levante dessa envergadura, em plena copa das confederações no Brasil. O povo brasileiro, historicamente pacífico e acomodado, cismou de requerer seus direitos logo agora? A copa é nossa, não estamos em crise eminente, o que foi que aconteceu para tanta gente ficar furiosa e lotar as ruas protestando contra um governo recém eleito democraticamente? Enfim.
Todos dizem que o estopim dessa RE(VIRA)VOLTA foi o aumento da tarifa do transporte público, que levou um pequeno movimento fundado em 2005 chamado MPL às ruas, com mais ou menos 1000 pessoas, mas eu discordo dessa versão.
Nos dois primeiros protestos, o MPL não chegou a ter 2000 pessoas na passeata na Av Paulista. A mídia criticou, chamando-os de 'filhinhos de papai da classe média', a população criticou (eu inclusive) porque a manifestação só prejudicava quem estava na rua e o governo menosprezou, acusando-os de baderneiros. Na terceira manifestação, o governo do estado mandou a 'bem preparada' tropa de choque descer a porrada na molecada. Naquela quinta feira, foram feridos não só os manifestantes mas jornalistas, fotógrafos, transeuntes, trabalhadores, moradores de rua...a PM só fez merda e o governador foi a público dizer que a PM estava certa, tinha de reprimir mesmo. Pronto! Estava criado um dos maiores levantes nacionais contra os governos. 
A grande mídia tentou conter os ânimos minimizando o ocorrido, mas ai entraria em ação uma ferramenta que até então jamais havia sido usada: As redes sociais.
A maioria dos jovens e boa parte dos adultos (acho até que uma grande parte, na verdade) utiliza as redes sociais diariamente para diversão e comunicação. As informações filtradas pela mídia chegavam integralmente para os usuários, que a compartilhavam numa velocidade exponencial. Quando as pessoas ali olhavam que os agredidos pela polícia poderiam ser seu pai, sua mãe ou ele próprio, se sentiram agredidos também. O fato do protesto ser apartidário (qualquer bandeira ali já afastaria no mínimo, os de esquerda e direita), não ter envolvimento de nenhum sindicato, entidade de classe ou religiosa, sentiram-se parte do movimento. Todos putos com a pseuda democracia que estavam vivendo, onde se você não concorda com o estado, leva bala de borracha e spray de pimenta na cara.
No quarto protesto a coisa já era outra. Naquela segunda feira, o movimento pelos 20 centavos atingia mais de 100 mil pessoas (que a mídia e a polícia insistem em dizer que eram 65 mil). A cidade foi tomada, as marginais, a Paulista, a ponte estaiada, o palácio do governo. A população foi as ruas e não só se convenceu sobre a sua força, como inspirou outros estados a fazerem o mesmo. O governo batia o pé dizendo que não revogaria o aumento, a população marchava e já parava São Paulo pelo segundo dia consecutivo. Ocorreram saques, violência e enfrentamentos. A polícia agora já temia a multidão, o governador temia o levante, até que finalmente abriu as pernas, revogando o aumento. Devia ter feito antes, porque agora os 20 centavos já não faziam mais tanta falta. 
O Brasil acordou pegando fogo e as manifestações já não estavam mais apenas nos grandes centros, as exigência não era mais só a tarifa do transporte. De fato, o povo acordou cansado de tantos achaques do poder público. Dos aumentos salariais e das regalias de sultão que os políticos brasileiros gozam. Da quantidade exorbitante de impostos que se paga sem que nem 1/10 desses recursos retornam como serviços. 
O povo se levantou para cobrar tantos anos de exploração e corrupção e o que está ocorrendo, não há qualquer prognóstico. 
Em apenas uma semana, conquistamos mais do que nos 10 anos passados e isso não deve parar. Estamos diante da possibilidade de corrigir grande erros do passado, sem a necessidade de pegar em armas, apenas inviabilizando o poder através das manifestações. Essa é hora dessa geração entrar para a história, levando esse rico país para outro patamar. E tudo isso por conta de 20 centavos. Obrigado governador!



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre o protesto contra aumento da tarifa do transporte público em São Paulo:
O aconteceu ontem em SP foi errado, mas totalmente pertinente. Os governos aqui do Brasil levam uma vida mansa, empurrando esse monte de leis, taxas, aumentos, felicianos e outros goela abaixo da sociedade, pois há muito tempo essa mesma sociedade apática e conformada não se organiza e não se levanta contra essas afrontas. 
Esse gesto, que obviamente foi inspirado nas recentes revoltas na Turquia, será um excelente sinal às 'otoridades' que as coisas não serão mais assim tão fáceis como outrora foram. Com as mídias sociais, aumentam o poder de mobilização e de informação (vi pouquissima informação sobre a revolta na Turquia pela tv aberta, já no FB...) e descentralizam o poder de comunicação, deixando o estado mais volátil.

Digo que foi errado o que ocorreu na Paulista e nas regiões próximas porque vandalismo e depredação de bem público é pago por todos, inclusive pelos que cometeram o ato, mas já tá na hora mesmo de soltar um pouco de fumaça para que essas 'otoridades' saibam que onde há fumaça pode haver fogo.

Como vamos aceitar pagar mais sem qualquer contrapartida, apenas porque nos é imposto pelo governo? O transporte público ainda é precário na maioria das regiões periféricas da cidade. Como vamos arcar com o aumento sabendo que, por exemplo, o Metro em Buenos Aires custa cerca de R$ 1,05 e em Santhiago R$ 2,44.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Feliz é quem se apaixona, quem faz suas emoções circularem pelo corpo, feito o sangue que carrega nossa energia de cima até em baixo. Esse amor é o que nos impede de necrosar, de virar presunto. O amor pela natureza, pela vida, pelas pessoas mágicas que encontramos nas esquinas, nos butecos, no ponto de ônibus...o amor de ser gente, que tem nas mãos todas as direções, todos os mapas, todas as receitas e todo o conhecimento de causa e efeito e que na maioria das vezes, não serve pra nada, porque somos apenas fantoches na mão do acaso. Passamos a vida fazendo projetos só pra ter o prazer de vê-los indo pro esgoto, porque o inesperado é sempre mais amplo, dominador e absoluto. O inesperado é sempre o mais esperado!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Costumava escrever músicas, sempre que estava mal da cabeça. Talvez por isso só conseguisse escrever blues. O blues foi feito para deixar as pessoas que escutam pior do que as pessoas que os compõe, já dizia os velhos do Mississipi. Abaixo algumas das minhas agonias, que se tornaram músicas ou não.


Agonia

Passo o dia, a tarde escura, dentro de mim mesmo;
Minha vida tão segura, dentro em meus medos;
Meu apartamento, meu Jardim de Abril;
Meu dia cinzento, moça que pariu

Vago todo dia, sem destino ou lugar;
A Terra é minha sina, a piscina vem do mar;
E esse mundo estranho...
E esse vida louca...
Não sou desse rebanho, não...
Não sou 'gente pouca'...

A vida me deixou...
A vida me deixou, só...
A vida me deixou, só o pó...meu bem

Passo o dia, a tarde escura, nesse caos civil;
Respirando o ar imundo da cidade, que me pariu;
Esperando algo novo acontecer e distorcer;
Essa tal realidade que me envolve e que me faz descer;
Nos confins da sociedade, miseravelmente toda igual;
Diferente dos abutres que habitam o planalto central;
De todos filhos dessa Pátria Amada, mãe gentil;
Passo o dia a tarde escura nesse caos civil.


Bluesinha


Escute aqui menina,
Eu não quero te enganar,
Vê se me desculpa,
Mas hoje não vai dar...

Não tenho dinheiro,
“Tô” sem condução,
E sei também que você
Não é de pegar “buzão”.

Minha balada é rock,
Mas seu mundo é pop,
Dinheiro...
                       
Eu sou bicho urbano,
Dessa cidade louca,
Já fui punk, hare-crisna
Hoje eu durmo numa moita

Não tenho pra onde ir
Nada à oferecer
Cachorro, quarto ou sala,
Nem banheiro nem tv...

Mas se eu te “serro” um drops,
Seu whisk on-the-rocks
Primeiro...

Minha balada é rock,
Mas seu mundo é pop,
Dinheiro...

Então preste atenção,
Vou te explicar meu bem,
Não quero sua grana,
Nem saber o que você tem,

A família me banca,
Você deve saber
A mim não falta grana,
O que me falta é o que fazer

Minha balada é “fuck”!
Mas seu mundo é junkie
Fuleiro...

Então venha meu amor,
Não vamos perder tempo
Agora eu to sacando,
O que está acontecendo

Você me quer,
Eu te quero também,
Pra que saber do resto
Se o mundo vai ou vem

Nossa balada é o toque
Nosso mundo Woodstok
Inteiro...

Mas nossa vida é top,
Nosso beijo é um choque!
E meio.


Acabou

Cansado de ficar o dia inteiro aqui a toa
Olhando para o vento vendo o tempo se esgotar
Revendo os meus conceitos do que é uma vida boa
Se vou absorver ou se vou ter de conquistar...
Se vou morrer, se vou crescer, se vou querer a minha vida endireitar...

Comprei um “38” carregado até a boca
Em pleno desespero de não ter como matar
O tédio que essa tal de rede globo proporciona
Puxei o meu gatilho até o Bonner se calar
Se vou ligar ou aceitar ou concordar com a minha vida alienar...

O caos tá planejado nesse mundo e não é a toa
Pra que tanto dinheiro, não vai ter como gastar
A terra vai parar, ta combinado data e hora
Não tem o que fazer porque não tem como evitar
Salve a fumaça, nossa deusa de desgraça, salve nossa evolução...

Parece até viagem, mas ninguém ta aqui a toa
Persegue seu caminho mas não deixa de olhar
Ao lado tem um mundo apodrecendo na vergonha
Pra que distribuir se vai poder multiplicar
Deixa a ganância, pai e mãe da ignorância, paz amor e rock´n roll

Canalha Blues

Solta esse cabelo, meu amor;
Larga dessa louça, que eu sujei;
Rasga esse avental cheio de flor;
Veja só o que eu encontrei...

A lua cheia, bisbilhotando nosso ninho de amor;     
Que eu já to cheio de entender, compreender, quero você...com fé e dor!

Pára de dizer que hoje não dá;
Que pra viajar, tem que sofrer;
Que sempre disse não, que sua educação;
Só faz o meu desejo enfurecer...

Me tatuar em tua carne, só pra te fazer sofrer...com teu pudor...
Que eu já to cheio de entender, compreender, absolver seu mal humor...

Vem me ter menina;
Não tem de esperar;
A noite está tão linda;
E o veneno está no ar;
Cortar seu corpo tiras;
De metal e de prazer;
Me faz voar tão alto;
Me faz entorpecer...

Deita aqui comigo, meu amor...
Deixa essa vergonha, de querer;
Sai dessa Tv, vem me oferecer;
Vem ser meu brinquedo de prazer...

Vem se render na lua cheia embriagada de tequila e de tesão...
Porque meu corpo pega fogo, leve e solto feito folha em furacão...


Carta suicida

Dos seus olhos, descem lagrimas de sangue
Suas palavras verdadeiras, soam pouco especial
Seu perfume preferido, fede feito o mangue
Atitudes traiçoeiras, por um crime tão banal...

As pessoas diferentes, cada um é uma estrela
Seus fracassos, suas fraquezas...sua vida tão normal
O profano agora é puro, a poesia é só besteira
O mundo é cativeiro, dessa gente tão boçal.

O meu grito sorrateiro, hoje é segunda feira
Manhã fria, dia estranho, caos e vida em pleno ar
Pro meu corpo eu sou insano, pra minha alma passageira
Estou solto no universo, mas sem ar pra respirar...

Quando olhei para a janela, sem ter nada a perder
Me lembrei da vida bela, e que o tempo há de curar
De tudo que passamos, que sentimos, pode crer!
Voei pra eternidade, passaporte 8º andar...

Sonhos verdadeiros, psicodelia pura
Antônimos contrários, viagens para o céu
Saudades desconexas, o meu pão com carne crua...
Orgasmos sem tesão, amor, Platão...Ser infiel.


De Lua à Lua

Dezessete horas, vou saindo apressado;
O tempo ta passando, eu to ficando preocupado;
Vou pra “Black River”, essa não posso perder;
Rever os meus amigos, tanta coisa pra viver...

Vou de Lua à Lua, o tempo inteiro..
À procura do prazer....

As portas que se abrem, sem a gente perceber;
Os caminhos decididos, escolhidos sem saber
Vou viver a vida no inferno ou na cruz
O corpo adormecido, envolvido nesse blues...

vou de Lua à Lua, perturbado
com brilho dessa luz...

Ando o dia inteiro, sem ter a quem amar;
Lavo louça, acordo cedo, minha vida a se acabar
As pessoas delirando, fingem nada acontecer;
E o tempo se esgotando, tanta coisa pra fazer;
Vou pra “Black River”, lá eu posso ser feliz;
Manter a chama acesa, viver sempre por um “triz”;
Fazer amor com a lua e trepar com um vulcão;
Na sexta feira santa, sangue de menstruação...

Eu não sei de tudo, tenho muito a aprender
Dos sonhos coloridos, dos abismos a esquecer
A luz de “Black River”, cada dia especial
A noite a lua cheia, seus instintos, coisa e tal...

Vou de Lua à Lua, flutuando
Nessa pira espacial. 


Diário de um Hippie

Solto acordado no espaço;
Sonho que não se elevou;
Mato meus pés de cansaço;
Mato meus pais e me vou.

Desço do ar e descalço;
Calço meu chão a voar;
Um mundo novo explode;
Salta dos olhos pro ar...

Morto de pé eu concedo;
Meus dias todos pra ti
Olho pro céu e amanheço
Nesse avesso sem fim...

Hoje meu lar é a estrada;
Minha estrada ilusão;
Morte a carteira assinada;
Ao proletário e ao patrão...

Sou hippie sou universo;
Sou um pedaço de Deus;
O meu futuro é incerto;
Bem parecido com o seu... 


Gritos do passado

Antes de ficar velho vou dizer;
As coisas que envolvem nessa dor;
Esse mundo estranho, do ódio imperador;
Que a glória dessa guerra é o caos e dor...

Antes de ficar velho vou dizer;
Sonhos sufocados, a ilusão;
Morte e exílio, contra a opressão;
Hoje escravos da televisão...

Antes de ficar velho vou dizer;
Desse país rico e miserável;
O homem do poder; sabia o que fazer;
Hoje assiste a tudo conformado...

Onde estou? Quero viver...
Nesse país, ter ou não ser...
Tem futebol, tem carnaval...
Ser sem sentido, sem alma, ser normal...

Antes de ficar velho vou dizer;
Dos jovens que assistem acontecer;
Sentados no sofá, em frente da TV.
Fumando um “baseado” pra esquecer...

Antes de ficar velho vou dizer;
Das nossas crianças a crescer...
Futuro da nação, mas sem educação;
Mortas por não ter o que comer...

Antes de ficar velho vou dizer;
Que não acredito mais em nada;
A vida corrompida, os valores invertidos...
O mundo transformado em copo d’água...



Katrina

Ó  meu amigo, da Lua;
Mando notícias a você;
Está tudo estranho, você tem que ver;
O homem não tem alma, não há o que fazer
Me perguntam todo dia, qual é o meu andar...
O meu corte de cabelo, o que é que eu vou tomar...
Já tem mais de 15 dias que não pinga uma só gota da torneira...

Ó meu amigo, esperto;
Pulou no foguete, no momento certo;
Aqui ta um caos, 42 graus;
O sol que ilumina, queima e alucina;
O mundo parou, o “pretinho” sumiu...
A culpa é de Deus, o homem evolui...
Meu travesseiro manda e-mail, troco tudo pelo seu pão com manteiga...

Mãe natureza é implacável, não tem distinção;
Mata cobra, leopardo, faz do dia escuridão;
Assassinado o protocolo, assinado quero não;
Já foi dado seu recado, em fumaça e furacão;

O meu amigo, a toa;
Ganha dinheiro e vive numa boa;
Daí o que vê? O Brasil na TV...
Ganhando seus milhões, queimando seus pulmões...
E o povo continua, te olhando ai na lua...
Esperando o carnaval em cadeia nacional...
No fim do ano vai ter mais uma eleição para presidente.



Manequim Vivo

Por que ser tão diferente?
Por que não ser tão normal?
Se tudo que eu vejo, parece com o mesmo,
O estranho é o original;

Por que não ser reverso?
Inverso do verso vulgar;
Se eu uso vermelho, tatoo no joelho,
Cabelo, chapéu ou All Star;

Fazendo caras e bocas;
Andando pra lá e pra cá;
Bebendo, fumando...fazendo besteira;
Vivendo pra impressionar;

Provocando suspiros;
Do povo que só vê tv;
Procura e não acha, enxerga e não vê;
O que vale a pena viver...

Vendendo ser próprio universo;
A troco dos olhos boçais;
O sonho é o dinheiro, a morte é o espelho;
Vivendo num porto sem cais...

Ganhando experiência...
No que não se quer aprender;
A moda dita a rotina;
Na mente ter ou não ser...

Negro Humor Negro

 “Tem dias em que você pensa que vai ser tudo igual...e quando o dia termina você tem certeza...isso é normal ”

Feche a porta apaga a luz;
O sonho começou...
Mas um dia atordoante de calor...
E chama intensa...

O Mês passado ainda não terminou;
O tempo é conseqüência...
Desses dias turvos hora agonizo,
Hora peço clemência...

Tenha piedade de mim;
Sou fiel e vulgar;
Fui condenado à 20 anos ao Complexo Penal do Tédio...

Vez em outra tento enfim;
Inconsciente suspirar...
Sufocar meus sentimentos
E depois...voar.         
           
São seis horas da manhã;
O galo nem cantou...
Mas meu “alter-ego” responsável
Me sacode pra acordar...

Toca o sino, omito o céu sem luz;
Tanta conta pra pagar...
O mundo continua sendo mundo;
Só parou de girar...


São Thomé das Letras

Ontem te vi dançando com os pés nas estrelas;
Vi a lua lá brilhando;
São Thomé esperando;
Vinho tinto ou branco
Vai cair, barranco;
Vou sair andando;
São Paulo me esqueça;
Porque já não agüento mais, ainda bem que hoje sexta feira, meu amor.

Quero ver o lobisomem e a Brigitte Bardot;
Nessa lua louca e linda;
Encontrar você;
E te satisfazer;
Até não mais poder;
Essa necessidade de fazer, amor...Por favor...
Porque já não agüento mais, esse desejo que corrói a veia, meu amor...

Tigres e veados, todos caminhando em paz;
Todo mundo é parecido;
Seja pobre ou rico;
Alto, baixo ou fino;
Negro ou albino;
Ou até esquisito, tudo vale a pena;
Porque já não agüento mais, essa gente de alma tão pequena, meu amor...

De dia meus olhos contemplam a deusa Natureza;
De noite é que o bicho pega;
Vou subir na pedra;
Vou queimar minha erva;
Com a mente aberta;
Ver o sol nascer com toda consciência;
Porque já não agüento mais, pra que no mundo tanta violência, meu amor...

Somos crianças carentes de viver;
Somos animais sem faro;
Se eu não morro, mato;
Vivo no marasmo;
Feito cão e gato;
To caindo fora, quero mais viver;
Porque dessa vida louca, o que se leva realmente é o que se pode aprender...









segunda-feira, 13 de maio de 2013


Quando o dia vira noite e a noite vira dia, hora de repensar.
Quando o prazer vira tortura e a tortura vira prazer, hora de repensar.
Quando a admiração vira repulsa;
Quando a atração vira desprezo;
Quando certo vira errado e o errado vira certo...
Quando tudo muda é hora de repensar, porque mudar é importante. É o que nos mantém vivos.

terça-feira, 16 de abril de 2013


A engenharia dos Deuses.


Não sou um religioso convicto, nem praticante assíduo de nenhuma religião, portanto me sinto suficientemente isento para escrever esse texto, que é puramente técnico.

Estive fazendo uma pesquisa nas minhas noites de insônia, em várias fontes da internet e numa pequena enciclopédia que tenho em casa e cheguei a uma conclusão óbvia, mas que poucos pensam a respeito. O corpo humano é uma obra prima da engenharia.

Seja lá quem foi que nos projetou, tinha um conhecimento absurdo sobre praticamente todas as disciplinas que envolvem a engenharia, física, química e biologia.

Somos uma máquina perfeita, auto sustentável, com incríveis habilidades e mecanismos complexos.
Nossos ossos são compostos de uma liga mais sólida que titânio, mas leve que fibra de carbono e ainda com poder de regeneração. Todas as juntas possuem cartilagens que dispensam o uso de lubrificantes, sem o qual jamais poderíamos executar movimentos repetitivos. Toda a nossa articulação foi cuidadosamente projetada para que essa armadura contemplasse os movimentos.

Nossos órgãos são máquinas complexas, que executam as mais diversas funções: Filtram, limpam, catalisam, geram, transformam, armazenam, medem e controlam as mais diversas substancias para que o organismo esteja sempre em equilíbrio.  Transformam água em ácido e ácido em água quando bem entendem.
Nossos tecidos e músculos tem resistência de uma manta de nave espacial, com o beneficio de se regenerar, cicatrizar e ainda pegar uma cor.

Temos agentes de segurança contra invasores indesejados (sistema imunológico), alertas sensoriais de mal uso da máquina (dor), sistema excretor de desejos, KMs e mais KMs de rede de comunicação entre os órgãos. Geramos energia elétrica e produzimos calor. Além de tudo isso, temos uma unidade de controle central que coordena todas as atividades, ao mesmo tempo, além de prover raciocínio, interpretar imagens, linguagens e administrar a criatividade e os sentimentos. Tudo com uma carroceria perfeita e que às vezes ainda é bonita e harmônica.

O corpo humano é uma máquina perfeita. Quem a criou realmente é infinitamente superior a nós.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

No dia de hoje, completa-se 45 anos da morte de Martin Luther king Jr. O líder político que enfrentou o racismo através de suas palavras e pensamentos, foi assassinado covardemente por defender a igualdade entre as pessoas, numa época cruel de segregação racial nos EUA. No entanto, sua morte se tornou o símbolo de uma guerra contra o racismo. Seus discursos ecoaram por anos após sua morte, suas palavras derrubaram preconceitos e inspiraram outros a lutarem pelo mesmo ideal, igualdade sem violência. Tinha um sonho de um dia viver numa sociedade onde as pessoas não fossem julgadas pela cor da sua pele e graças a esse sonho, hoje exitem senadores, juízes na suprema corte e um presidente negro.
Além de líder político, era advogado e pastor, bem diferente de alguns pastores que temos por aqui no meio político.
Inspirado por Mahatma Gandhi, usava palavras ao invés de armas, pregava a paz mesmo diante da guerra, por isso foi o mais jovem a receber a Prêmio Nobel da Paz.

A história nos mostra os caminhos que temos a trilhar, pois a todo tempo nossa memória é testada. O racismo já deveria ser uma página virada da humanidade, mas todos os dias (vide os debates atuais) ele nos assombra com sua presença, nos fazendo ir para as ruas e revindicar um direito que já é antigo, mas que deve ser lembrado e comemorado sempre que possível. Jamais poderemos nos calar!

"O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."

quinta-feira, 21 de março de 2013

Nossa educação, sem educação.


Atualmente é consenso entre a maioria das pessoas que a solução para o desenvolvimento de um país passa necessariamente pela educação. Mas o que é educação? Educação seria apenas ensino de qualidade? Nível superior? Fim do analfabetismo? Ensino técnico?
Gostaria de tocar no sentido mais literal da educação, aquela básica do 'por favor', do 'obrigado' e do 'com licença'. Essa educação que vem da família, que vem da cultura, da educação que vem de berço.
Hoje em dia é natural encontrarmos pessoas, com os mais diversos níveis de escolaridade, mal educados. 
Talvez o grande motivo esteja na mudança de comportamento da vida atual, onde os pais trabalham fora e os filhos acabam, desde pequenos, educados pela creche ou pela escolinha. A falta de convívio com a própria família impede que os pais passem aos seus filhos os seus valores, corrijam seus erros e ensinem a educação básica e o respeito ao próximo. Essas crianças crescem sem a noção de respeito e hierarquia e chegam às escolas totalmente selvagens. Os professores por sua vez, não tem a obrigação e nem o poder para corrigir esses alunos, que são lançados ano após ano à sociedade, sem essa noção básica de convivência. O resultado são adultos estúpidos, ignorantes de convivência, que farão da vida dos outros um inferno, apenas por não terem tomado uma chinelada na bunda lá atrás, quando ainda eram passíveis de correção.
Vivemos uma época de 'burros prepotentes', aqueles que são incapazes de aprendizado por já acharem que sabem tudo. Essas pessoas não sabem o que é gentileza, desprezam o respeito a família e aos mais velhos e são ignorantes quanto ao seu dever como cidadão. Uma geração inteira de pessoas que vemos hoje nos trens, no trânsito, nos ambientes de trabalho, nos espaços públicos, na sociedade em geral. Uma nação de selvagens.
Cada vez mais, os pais se punem por não passar tempo suficiente com os filhos, dando a esses plenos poderes para destratarem a empregada, a furarem fila na escola, a xingarem o professor, a baterem no colega e a fazerem todo tipo de estripulia, em prol de obter o seu respeito e carinho. Em breve, serão também vítimas desses mesmos filhos que não educam hoje.

O 'por favor', 'com licença' e o 'obrigado', palavras que aprendemos antes da alfabetização e que são base da convivência em sociedade, estão com os anos contados. Em breve voltaremos onde tudo começou, na idade da pedra, onde a palavra era tacape e a lei, a do mais forte.

terça-feira, 19 de março de 2013

Textículo de Verinha Polain:

Essa noite tive um daqueles meus sonhos mágicos: Sonhei que estava andando pelo Elevado, e estava naa hora do por do sol (aquele por do sol que a gente só vê por aqui no outono, que mistura uma gama de azul, cinza, laranja e cor de rosa! no céu), quando de repente, me emocionei ao perceber que estava sendo projetado o filme "Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)" num prédio bem na minha frente. Me lembro de ter ficado extasiada, com uma espécie de falta de ar, aquela sensação mágica que algumas vezes pude experimentar ao lado das pessoas que amo. Foi um sonho incrivelmente lindo, com MoonRiver de trilha sonora... uma pena o cruel despertador ter me trazido de volta à vida real. 

Fica ai a mensagem fofa desse clássico do cinema, onde uma garota de programa de luxo, conhece a felicidade ao lado de um pé rapado encantador. A troca de experiência e visão de mundo entre os dois é uma grande lição sobre como pessoas extremamente diferentes tornam-se iguais e descobrem afinidades. 

sexta-feira, 15 de março de 2013


Por Lú Rodrigues.

"A paixão dói também! E é uma dorzinha assim egoísta que só.... Ninguém possui dor maior!! As dores das paixões avassaladoras deveriam ser propriedade apenas dos poetas que sugam delas belas e dramáticas composições. Não há cura a não ser a própria paixão, e muito menos o amor próprio que se resvala aos pés do outro e lá se vão lágrimas e ofensas a nós, à nossa alma rendida, à nossa total falta de pudor.

A paixão dói e é cara! Tanto quanto tivermos ... Todo o orgulho, vaidade, inteligência e estabilidade são debitadas sem nota fiscal, sem reclamações, sem nenhum direito a devolução.

A paixão dói e é gostosa! E esse masoquismo nos alimenta com desejos plenos e realizáveis, o corpo entregue a segundos de prazer e infinitos tempos de escuridão válidos, cada um deles, por um arrepiar de poros.

A paixão dói e mata, matamos o outro, pois matamos a nós! Não existe essa de um dia passa, sair com outras pessoas, olhar ao seu redor.. Nada, simplesmente nada nos liberta enquanto lá ela estiver cá estaremos dominados e entregues; até a entendo como  momentânea,o problema é o quanto dura, um momento infindável e taquicardíaco...

A paixão fere moço, e há tantas delas por aí, disfarçadas entre barbitúricos e beijos quentes, que não conseguindo identificá-las nos perdemos e já era!"

quinta-feira, 14 de março de 2013

Nem que de todo esse mau que me submetes;
Nem de toda a loucura que me proporciona;
Nem de todos os sonhos que me deste;
Ou de todas as noites de insônia;
Se mesmo assim tú viestes;
Sem vestes, pura e solta;
Amargaria assim minha derrota;
Porque sem ti minh'alma não voa.

O que sobra da humanidade sem a poesia é o que sobra da floresta incendiada, é o que sobra da paz depois da guerra. Apenas cinzas.

Viva a poesia!

segunda-feira, 11 de março de 2013


Carta Suicida

Dos seus olhos, descem lagrimas de sangue
Suas palavras verdadeiras, soam pouco especial
Seu perfume preferido, fede feito o mangue
Atitudes traiçoeiras, por um crime tão banal...

As pessoas diferentes, cada um é uma estrela
Seus fracassos, suas fraquezas...sua vida tão normal
O profano agora é puro, a poesia é só besteira
O mundo é cativeiro, dessa gente tão boçal.

O meu grito sorrateiro, hoje é segunda feira
Manhã fria, dia estranho, caos e vida em pleno ar
Pro meu corpo eu sou insano, pra minha alma passageira
Estou solto no universo, mas sem ar pra respirar...

Quando olhei para a janela, sem ter nada a perder
Me lembrei da vida bela, e que o tempo há de curar
De tudo que passamos, que sentimos, pode crer!
Voei pra eternidade, passaporte 8º andar...

Sonhos verdadeiros, psicodelia pura
Antônimos contrários, viagens para o céu
Saudades desconexas, o meu pão com carne crua...
Orgasmos sem tesão, amor, Platão...Ser infiel.
O sol me dá calor, a chuva me da conforto, o frio me dá fome, o tédio me da preguiça, o tesão me dá tesão, a ansiedade me da taquicardia, o amor me da paz, o alucinógeno me da cores, a angústia me da calafrios, a dor me da coragem, a solidão me da tristeza, a multidão me da claustrofobia, a espera me da angustia, o atraso me da raiva, o desprezo me da desprezo, a altura me da vertigem, a inveja não me dá nada...a depressão me da calor, conforto, fome, preguiça, tesão, taquicardia, paz, cores, calafrios, coragem, tristeza, claustrofobia, angustia, raiva, desprezo, vertigem, nada e reflexão.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A mulher é outro bicho. Tem sentidos e sentimentos diferentes; mesmo tendo ossos mais frágeis, é tão forte quanto ao homem; suporta as mais lascivas dores, mas tem medo de barata; se amam de uma forma visceral e se odeiam da mesma forma (dependendo do ciclo). As mulheres são verdadeiros caldeirões ferventes de hormônios, sensibilidade, amor e atitude. São de fato, as mais semelhantes a Deus, pois assim como ele, tem o dom de gerar a vida...perto delas, o homem vai ser sempre uma mera costela.
Um brinde as mães, avós, tias, primas, irmãs, cunhadas, esposas, namoradas, amantes, amigas, de todas as crenças e opções sexuais...a todas as mulheres do mundo! 




quinta-feira, 7 de março de 2013


Acordo junto ao saculejo do primeiro terminal, rumo à Lapa...do meu lado
um ser lendo seu Augusto dos Anjos, para se manter fiel a sociedade e
suprimir qualquer tipo de bom humor matutino que possa por acaso ocorrer...
Meus olhos, distraídos com a pressa em que o tempo passa, deixa escorrer uma
fagulha de saudade...uma lágrima, contendo todos os meus passos registrados
até ali...um livro de lições e castigos.
Vou crescendo e tomando coragem...principalmente de assumir os erros e as faltas...
Hoje me sinto mais fiel...sou amável com as pessoas que me respeitam, não as cobro mais pela minha ausência.


Sou um ser meio caótico, meio triste e meio insensível...sou meio pedra, meio espinho...nada valo senão meia dúzia de moedas, meio metro de areia, meia hora de conversa fiada, meia usada e suja...
Sou meio desligado, ando meio desgostoso, faço tudo meio errado, mas me sinto meio estranho...
Quando olho para o lado e vejo meias pessoas...meio sinceras, meio animadas, meio amadas e meio cretinas...
Mas no meio disso tudo, enquanto roda o tal do mundo, estou aqui, querendo encontrar um meio, pra ser feliz por inteiro...

...e ao fim de todas as possibilidades, estou eu como um cão que caiu do rabo de um gato...
Não consigo mais pensar...esse tédio maldito que me consome nas 24 horas diárias de minha existência fútil e sem sentido...
Há muito quero gritar...há muito quero parar e recomeçar, mas no fim tudo, o que sinto é meu próprio suspiro e uma auto-piedade
digna de piedade mesmo...
Um imenso caos dos sentidos me acomete...quero cair sem parar...por toda a eternidade...até que as chamas me consumam ou até
que um grande amor me apunhale, pelas costas...onde meu coração não possa enxergar...

"Faço dos meus dias, meus infernos e minhas masmorras...
faço do meu corpo minha prisão e minha devoção,
 mas minha alma será sempre livre e nunca agonizará a
perda de um só segundo dessa deliciosa aventura chamada vida"

quarta-feira, 6 de março de 2013

Desinteligência

Após todo aquele INFERNO que é ligar para um call center, seja de que empresa for porque na verdade eles são os MESMOS, confirmar dados, cair linha, espera novamente, novas confirmações, gente rindo ao fundo, ligação péssima, sotaque e vicios de linguagem que são verdadeiras torturas mentais, chego ao objetivo:


Atendente NET
- Boa tarde senhor, em que posso lhe ajudar?

Pablo
-Boa tarde, gostaria de solicitar o cancelamento do net fone, ao qual já havia solicitado o cancelamento e, por passe de mágica, voltou a ser cobrado em minhas faturas. Demorei para perceber, pois minha conta está em débito automático, mas partir de agora não quero mais essa cobrança. Não utilizo o telefone da net e não quero pagar por ele.

Atendente NET
-Entendo senhor, mas o senhor não pode cancelar esse serviço, pois se ficar só com a banda larga o valor sobe para 140,00, ao invés dos 89,00 que o senhor paga atualmente.

Pablo
-Você quer dizer então que eu vou pagar mais caro por cancelar um serviço que não uso?

Atendente NET
-Sim, nesse caso o senhor utiliza o combo, se cancelar um serviço passa a ser cobrado por um único serviço. (????)

Pablo
-E se eu cancelar tudo, vou pagar ainda mais caro?

Atendente NET
-Não senhor (com voz de brabinha), ai o senhor não paga mais nada.

Pablo
-Fechô, cancela tudo!

Atendente NET
Ok, vou 'estar fazendo' o cancelamento...


Cara, uma empresa gasta MILHÕES com marketing, propaganda, investimentos e força de vendas para atrair clientes e o perde numa velocidade infinitamente maior, apenas por confia-lo a uma pessoa sem interesse no que faz.

Não é no mínimo, uma burrice?


Fiquei bastante triste com a morte do Hugo Chavez. Não sei o quão bem ou o quão mal ele fez a seu país (se alguém já foi a venezuela ou conhece a realidade do seu povo, por favor me esclareça), mas de fato foi um grande líder. Mais do que isso, era um ser humano e me entristece o sofrimento de seus entes e de quem o ama. #RIP CHAVEZ

Fiquei bastante triste com a morte do Chorão. Não sei o quão bem ou o quão mal ele fez para a música (se alguém é fã e pode me indicar sons do CB que eu nunca escutei, por favor me de uma luz), mas de fato foi um grande líder. Mais do que isso, era um ser humano e me entristece o sofrimento de seus entes e de quem o ama. #RIP CHORÂO

Fiquei bastante triste com a morte do Chicão. Não sei o quão bem ou o quão mal ele fez para a Vila Medeiros (se alguém mora lá ou conhece a realidade da quebrada, por favor mande um salve), mas de fato foi um grande líder. Mais do que isso, era um ser humano e me entristece o sofrimento de seus entes e de quem o ama. #RIP CHICÃO

Não interessa o quão você seja, o quanto você tenha, o que você representa, somos todos iguais perante a morte. E é a mesma dor para quem fica, seja Chavez, Chorão, Chicão, Chitão, Chispirito, Pablo, Dunha ou Mário.

A morte nos nivela a sete palmos, por baixo. E quando você menos espera, ela chega em seu ouvido e canta: "Eu vouuuu te levaaaaarrrr Yeahhhhhhh, te levar daquiiiiii...." 

terça-feira, 5 de março de 2013

Buenos dias rrente fiña. Quanto mais rápido a gente anda, mais atrasado a gente tá. A pressa vem da palavra pressão (será? rs) e quanto mais pressionado, mais cagada fazemos. O tempo, que deveria apenas nos conduzir, nos empurra, nos aperta...era pra ser nosso parceiro, mas aqui em SP é nosso inimigo. As pessoas são tão imediatistas que nem quando inventarem o teletransporte (isso sim é tecnologia!), o tempo será suficiente. Pra que tanta pressa, se o destino é a morte?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Antes de qualquer grande amor, invariavelmente, existe uma grande amizade. O amor nada mais é que a amizade mutante, a amizade que é pura e límpida. O amor não provém da paixão, peste febril, que é fogo consumindo papel, intenso e curto, que da prazer e tira a paz. Provém sim da amizade, que além tranquila e duradoura é esclarecida. Sabe-se os valores, os limites, as fraquezas. Existe o respeito e a compaixão, o carinho, a empatia...jamais a submissão. O amor traz respeito, segurança e paz, assim como a amizade o faz. O amor é a flor de uma amizade, que floresceu.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A manhã me dá sono, preguiça. Amanhã é incerteza, falta de futuro. A manhã me convida pra cama. Amanhã me convida a esperar, esperança. A manhã me corrompe, me compra, me suga. Amanhã me arrependo, me sinto usado, pobre. A manhã me mata todos os dias. Amanhã não existe, por que ainda nem nasceu.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

* Texto antigo, já publicado.


“Por que Whisk sim? Por que 'Canabis' não?” (Obrigado não - Rita Lee/Roberto de Carvalho)

Nada nos tira tanto o sono quanto a violência.
Aos que já passaram dos trinta, sempre sobra aquele comentário de como as coisas eram diferentes na década de 80. Já havia drogas, bandidos e policiais mal preparados; havia políticos corruptos, jovens viciados, armas de fogo e praticamente tudo que existe hoje, mas ainda assim, a violência era infinitamente menor.
A banalização da violência tem a ver com a banalização da vida, em todos os sentidos. O homem desenvolveu a idéia que uma vida pode ser, sim, comprada, seja ela durante um assalto – onde a vítima não tem fundos suficientes para pagar o preço do assaltante, ou pelo hospital – que se recusa a fazer uma cirurgia sem cheque-caução.

Mas o descaso com a vida das pessoas nunca esteve tão evidente, como agora, com os episódios de violência gerados pelo tráfico de drogas e as ações relacionadas a ele.
Uma enxurrada de sangue desce diariamente as ladeiras das favelas, onde policiais e bandidos se enfrentam dia e noite, sob a proteção dos escudos humanos, que são a população.
Batidas policiais onde morrem “suspeitos” de 2 anos de idade no colo da mãe, balas perdidas que atingem pessoas a 6 km do local do confronto, execuções sumárias de viciados, mal pagadores e concorrentes, enquanto a policia continua atirando primeiro, perguntando depois.
Algumas cidades no Brasil vivem em guerra civil por conta do tráfico, que tem organização e muito dinheiro para investir, além de estrutura e muitos simpatizantes entre nossos representantes do poder público.

Todos lucram com o tráfico: Membros corruptos do Judiciário, da polícia e do poder público, traficantes e funcionários do tráfico, os grandes cartéis de países vizinhos, que exportam a droga pra cá. Só quem não lucra é a população, que em sua maioria não consome qualquer tipo de droga, mas acaba por consumir a violência que a ela está associada.
Com o perdão do trocadilho, já foram queimados bilhões de neurônios, de todos os tipos de pensadores – do intelectual ao boçal – sem que se tenha chegado a uma conclusão definitiva. Como já dissemos, os interessados nessa miséria toda não têm interesse na solução do problema e, sim, na sua manutenção.

Numa empresa onde o número de clientes só faz crescer ano a ano, sem controle algum. Onde os clientes consomem cada vez mais e mais, até o limite da autodestruição, arruinando famílias e seus sonhos. Numa corporação que não tem responsabilidade sobre o produto ou o consumidor, que não recolhe impostos e que não sofre qualquer tipo de fiscalização, o resultado é simples: Lucros maiores do que companhia como a Vale e o Bradesco, alguns poucos “empresário-traficantes” bilionários e uma penca de chupins (políticos, policiais de todos os escalões e agentes do judiciário) com as contas bancárias inchadas.
Soldados semi-analfabetos, com fuzis na mão, ganhando o mesmo salário de um profissional com pós-graduação. Usuários e população reféns de policiais, bandidos e da sociedade, que culpa os usuários (como o filme Tropa de Elite) e a população pobre pela violência dos dias atuais.

Ao cogitar a liberação das drogas, sempre soa uma opinião contrária, dizendo que seria “banalização do problema” e que “o número de usuários só cresceria”. Mas existe uma forma desse número decrescer?
Eu desconheço.

Desde que o mundo é mundo, desde as civilizações mais remotas, o Homem sempre procurou anestesia para a vida real, seja nas folhas, no álcool ou na química. Há relatos em todas as civilizações antigas do uso de entorpecentes, seja para qual motivo for.
Pensar, por exemplo, que o número de usuários de maconha irá diminuir é o mesmo que pensar que o número de “brahmeiros” ou fumantes irão diminuir, seja com campanhas educativas das que estampam vítimas terminais nas embalagens dos produtos, seja com a prisão dos usuários.
Quem procura alguma droga, procura bem estar e não necessariamente saúde. Por isso os apelos, na maioria das vezes, são vazios.

Atualmente em Brasília tramita um projeto de lei que visa responsabilizar as empresas relacionadas (produtoras? Distribuidoras?) ao tabaco a ressarcir ao S.U.S todas as despesas causadas pelo consumo de cigarro. Mesmo sabendo que isso é impossível de ser aprovado, já que a metade do congresso mantém relações escusas com essas empresas, a idéia faz parte de um conjunto, que na minha modesta opinião, seria a solução definitiva para o problema da violência relacionada às drogas:

Descriminalização das drogas, em todos os sentidos.
Nenhum usuário ou portador de qualquer tipo de droga poderia ser detido, sendo sua posse idêntica a de alguém carregando uma caixa de cervejas ou um pacote de cigarros.

Legalização da atividade e das empresas relacionadas à venda e distribuição de drogas.
O fato dos traficantes e fornecedores já serem organizados e hierarquizados, facilitaria bastante a implantação e a legalização dessas empresas. Elas recolheriam impostos e seriam responsabilizados legalmente pelo produto que vendem.
Seriam fiscalizados pela Vigilância Sanitária e auditados pela Receita Federal.
Também gerariam empregos formais, com carteira assinada.
Em pouco tempo, as guerras de morros dariam lugar à concorrência empresarial e a violência seria, gradativamente, banida dos morros e das favelas.

Responsabilização de todos os fornecedores de drogas, quanto aos usuários.
Nos dias de hoje, o consumo de tabaco mata milhares de pessoas no Brasil, todos conscientes do mal que o cigarro causa. Setenta e cinco por cento do acidentes de trânsito com vítimas são causados por ingestão de álcool. Nenhuma das empresas até hoje foi responsabilizadas pelas tragédias causadas por seus produtos.

Pela nova solução, além dos impostos, que não são pequenos, teríamos a responsabilização de todas as empresas distribuidoras (inclusive as de álcool e tabaco), pela manutenção dos pacientes com problemas relacionados ao consumo de seus produtos, seja ele físico ou psíquico.
Mesmo com a carga tributária de 81,68% aplicada sobre o cigarro, as empresas de tabaco batem recordes atrás de recordes de lucro todos os anos. Terão de fazer um pouco mais pelo consumidor.

A droga é uma realidade de nosso tempo. Sete entre dez jovens universitários já tiveram contato com drogas – há quem diga que esse número chega a oito por dez. Deixar com que as pessoas se marginalizem pelo simples fato de consumirem uma substância que tem efeitos idênticos – às vezes, até menores – que o do álcool, é fechar os olhos para o mundo.
Mesmo contando com o preconceito das pessoas e toda a desgraça que rodeia qualquer tipo de viciado que perde o controle de seu vício, ainda assim, a legalização reduziria drasticamente a violência e, talvez, pelo simples fato de ser legalizada, reduziria a curiosidade dos aventureiros, podendo diminuir o consumo.

O que não dá mais é ver todo o caos, a miséria e a violência gerados pelo tráfico e pela ilegalidade em prol de um Sistema – que jamais esteve e jamais estará preparado para proteger o cidadão comum das drogas, da violência ou do próprio sistema – no qual a corrupção, sempre será a moeda de troca e a ilegalidade, a sombra do direito.
Se reinventar todo dia é uma forma de se combater o desgaste da rotina diária, que nos corrói a vida, que nos envelhece precocemente...Se reinventar requer coragem e imaginação, pois a praga da rotina se infesta nos pequenos detalhes da vida, nos hábitos e nas tarefas automáticas, onde normalmente não queremos mudar para continuarmos na zona de conforto. A mudança é o que torna a vida excitante...é o que nos faz evoluir, o que nos faz conquistar e principalmente, o que nos faz aprender. Se você quer viver, continue sendo humano, mas se você quer existir, seja mutante!


Buenas!

Inicio esse novo método de gorfar minhas idéias, pensamentos e minhas bobagens.
Deixei de usar as redes sociais porque o debate não me faz a cabeça. Gosto de escrever para quem gosta de ler, e isso é monólogo.

Agradeço desde já a quem me visitar por aqui e afirmo: Não vou poupar palavras.

Escrever é uma doce terapia, para quem padece de compreensão.

Grande abraço a você!