Quisera eu entender, por que num lugar tão grande falta espaço para coexistir. Numa terra tão rica e farta exista fome e luta por terra. Por que gastamos tanto tempo e energia buscando algo nas profundezas para nos matar lentamente, sendo que tudo que precisamos para viver, a natureza nos serve de garfo e faca, nas superfície das florestas , no leito dos rios, no quintal da nossa cabana.

Quisera eu viver só de poesia... Ia levantar cedo, ir pró trabalho, produzir poesia. Na hora do almoço, enquanto derrubo o PF, falaria de poesia. A tardezinha, quando bate a sonolência, tomar aquele cafezinho trocando uma ideia com o colega de serviço, sobre poesia. No final do mês, meu salário seria pago com poesias, que após lidas podessem ser trocadas por comida, bebida e cachaça, porque ninguém vive só de poesia.