sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Já dizia um grande amigo: A música não te quer a prestação. Ou você se dá por inteiro, ou nada terá dela.
Nessa época eu tentava terminar a faculdade de ciência da computação, trabalhava 10 horas por dia, namorava e fazia um curso maluco aos sábados, o dia todo. Todo o dia eu me perguntava: Quando eu conseguirei me dar por inteiro ao que realmente amo fazer?
Passado esses anos, a faculdade acabou, o trabalho mudou, o namoro se foi e esses malditos cursos de sábado, não faço nunca mais. O amor à música continua intacto, mesmo ainda não conseguindo me dar por inteiro a ele.
Mas afinal, será que o Raul tinha razão?  O meu amor pela música está fadado a ser um amor platônico, sem futuro?
A música em sua essência ‘seca’ é matemática pura e estudar matemática não é uma coisa tão mágica assim (sem mimimi engenheiros e exatóides, só vcs gostam de números!). A formação de um músico é tão ou mais difícil que qualquer formação regular por ai, a começar do vestibular. Quando você vê um virtuose na guitarra como o Steve Vai ou um ‘cara de louco’ como o Derico do sexteto, não se engane. Pra chegar nesse nível, ele precisou estudar muito e ‘estudar muito’ quer dizer ao menos 10 anos, 8 horas por dia, todos os dias. É assim que se formam os grandes músicos, ou você acha que eles aprendem nos botecos da vida?
Eu estudei pouco, por isso estou bem aquém do que eu realmente gostaria de saber para poder me expressar através da música. Mesmo assim, do meu jeito, não deixo de tentar, porque a música faz parte da minha vida de um jeito que eu não sei explicar. Às vezes, me sinto até um médium psicografando, porque quando escuto o toquei ou leio o que escrevi, parece que não foi feito por mim. Daí a constatação: A música não quer seu tempo, sua dedicação ou seu esforço. A música quer sua alma e somente os que se doam a esse ponto conseguem se expressar ou entender realmente o seu significado. Mas a música para ser completa não quer só a alma de quem a faz, mas também a alma de quem a escuta.
Por isso, o músico não existe sozinho! Para que a música exista, alguém precisa criá-la e fundamentalmente, alguém precisa ouvi-la. Como o som que não se propaga no vácuo, a música só existe quando alguém a está escutando.
Então, nesse dia do músico, nada mais justo que homenagear exatamente o elo que torna tudo isso mágico. O público.
Vocês que se encantam e aplaudem os artistas, profissionais ou meia boca como eu, dos mais variados estilos. Vocês que emocionam e se emocionam com a música também deveriam ser chamados de músicos, porque sem vocês a música simplesmente não acontece.
Valeu por esses 10 anos, que venham mais infinitos.




terça-feira, 19 de novembro de 2013

À Verinha Polain

O que te torna um ser divino, ser tão parecido com Deus. Ser sensível à tantos fatores, ser fiel à tantos transtornos, ser cruel quando se deve ser, porque para se aprender tem de ser disciplinado, ser também o maior coração do mundo, porque seu ser também tem de ser amado. Ser amiga mas não muito, ter empatia mas não muito, pra se manter respeitado. Tem que sofrer, tem que torcer, tem que educar, tem que corrigir, tem que gastar, tem que acompanhar e se tudo der errado, tem que acolher, tem que perdoar, tem que apoiar e começar tudo de novo, porque sem você ele nada será. Ser mãe não é ser mulher, aliás, você nunca mais será a mesma pessoa. Ser mãe é caminhar numa estrada infinita, seus sapatos serão o amor e a compreensão incondicional (o sapatos também a ajudarão no quesito disciplina) e mesmo depois de anos, depois de todos os desafios e batalhas vencidas, mesmo depois dele já ter os próprios filhos, ainda assim, ele será seu filho. Ser mãe é gerar a vida, como a Natureza assim o faz. Ser mãe é padecer no paraíso, para que a cria seja mais. Ser mãe é pra sempre, não dá pra voltar atrás.