quinta-feira, 14 de julho de 2016

São Paulo, minha linda.

São Paulo, minha linda. Tão bem representada na mpb do Caetano, no rock do Ira, no samba do Demônios da Garoa e no funk do Preme. Tantas épocas, tantas doçuras. A minha capital é um organismo vivo, muda o tempo todo. Dos puteiros da Augusta antiga, dos redutos do rock como o Bixiga, os botecos copo-sujo da Lapa e da Cardeal. Tantos bares que morreram e deram lugar a outros bares, que depois também morreram e voltaram a ser os bares da antiga novamente (bem, o exemplo do Madame, que virou morcegóvia e voltou a ser Madame novamente é o único que conheço, mas serve como prova do texto), tantos outros nasceram e não param de nascer mais.
Tanta gente veio pra cá de lá pra cá, de lá, de acolá, de todos os cantos. Mas de lá pra cá, também uma coisa vem mudando, Os braços de São Paulo não andam mais tão abertos. A cidade que sempre foi um símbolo de acolhida a todos os povos, de ser formada por uma mistura interminável de sotaques, etnias, religiões e opções, hoje já se mostra contraria a receber pessoas que a escolhem para tentar ganhar a vida. Reagem a imigrantes (obviamente, somente os oriundos de nações pobres), tem mostrado intolerância regional, racial e sexual. Um comportamento conservador, que nada tem a ver com a política e sim, com o velho individualismo, Mas isso dá horas de conversa.
São Paulo minha linda,  continua apressada, mas sem mais tanta garoa. Continua crescendo mas com cada vez menos oportunidades. São Paulo continua linda, mas muito mal educada.


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