A triste coincidência, quando estou pra terminar a leitura de sua biografia, descubro que ele morre no epílogo (a minha próxima leitura será a biografia do Sarney).
BB King se foi ontem, mas com sua missão cumprida. Deixou um legado musical, apreciado por uns e indiferente para outros. Mas para mim, como músico, seu legado é a constatação de que o talento é indomável.
BB King teve uma juventude pobre, perdeu a mãe cedo, trabalhou duro durante anos nas plantações de algodão, numa época em que o racismo era latente nos EUA.
BB King perseguiu o seu sonho mesmo passando fome. Se jogou no incerto, idolatrou a dúvida e se tornou maior do que todos os seus ídolos.
BB King não era guitarrista técnico ou exímio cantor. Mas ele sabia fazer algo que não se aprende nos melhores conservatórios musicais. Se expressar.
E BB King se expressava! Sua voz e sua guitarra não transmitiam notas e sim sentimentos. Dor, alegria, tesão, medo, revolta, amor...
Não precisava entender a matemática da música para se expressar, afinal sentimento não se expressa com números.
Não precisava entender a matemática da música para se expressar, afinal sentimento não se expressa com números.
O legado de BB king não limita só a sua música, que por si só já seria suficiente. Ele foi um exemplo de coragem, perseverança, persistência e talento nato. Será para sempre o rei do blues.
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